quinta-feira, 22 de setembro de 2011

HELLO, SR. CAVACO SILVA!

Não sei quantos dias - semanas? - depois de denunciado o - ou um dos? - buracos das contas públicas gerados na Madeira, veio o sr. em título - que, segundo me dizem, é o nosso (salva seja) presidente da República - pronunciar-se, em termos dos quais se retiram as seguintes ideias (?) chave:
1ª - O caso é censurável, pois coloca Portugal em causa, perante a comunidade internacional;
2ª - O Governo vai propor a criação de leis destinadas a prevenir que tal tipo de situações volte a ocorrer.

Ora é aqui que eu entro, para, a propósito, tecer dois singelos comentários, em jeito de interrogação:
1º - A censurabilidade do caso não advém do facto de o mesmo, em si, representar uma tão frontal e descarada violação de normas legais em vigor, quanto um tão abjecto desrespeito e, mesmo, desprezo pelos contribuintes?
2º- Então não existem já, na República, leis mais do que suficientes para prevenir a ocorrência deste tipo de situações, designadamente, em sede orçamental e de responsabilidade financeira, civil e criminal?  

Como sei que estou para aqui a falar sozinha, encarrego-me, também, de dar as respostas, que, em ambos os casos, são de sentido afirmativo, a saber:
1º - A gravidade do caso resulta, sim, da valoração ético-política que o mesmo não pode deixar de suscitar, pela violação do Estado de Direito em que se traduz; a imagem que exporta do País é mera consequência desta coisa primeira que é (ou deveria ser, no caso do sr. pR) aquele julgamento essencial
2º -  Sim, existem leis que bastem, pelos vistos, não há é quem cumpra o dever de as aplicar, motivo por que perdem a sua função preventiva.

E, agora, uma última pergunta: O sr. Cavaco Silva não conhece ou não tem assessores que lhe dêem a conhecer o panorama normativo nacional?

Entendendo que, também neste caso, a resposta só pode ser afirmativa, tenho de retirar a devida conclusão: o sr. Cavaco Silva, como a grande, grande maioria dos políticos que nos coube em desgraça ter, andam por aí a fazer de nós parvos, com a maior desfaçatez.

E isso preocupa-me, pelas razões óbvias, mas também - como, por certo, concordaria o sr. Cavaco Silva - pela imagem que projecta para a comunidade internacional, imagem de república das bananas - ou dos bananas?




  

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