terça-feira, 30 de julho de 2013

CASA DA SEVERA

 
Há precisamente uma semana, assisti à inauguração da Casa da Severa, na Mouraria.
 
Situado, como a designação indica, na casa onde se supõe ter vivido aquela fadista, trata-se dum espaço dedicado a diversos aspectos culturais relativos ao fado, comportando, ainda, uma vertente de restauração.
 
A gestão está a cargo do fadista Hélder Moutinho, em articulação com o Museu do Fado.
 
Não, não, diversamente do que possam estar a pensar, advirto já que o meu intuito não é publicitário, até porque estes posts (ainda) não são pagos (não venha aí o sr. fisco atrás de mim...).
 
Acontece que, dum modo geral, não sou apreciadora de fado, situação que, todavia, tem vindo a sofrer alguma mudança, por virtude do talento e reportório dum ou outro jovem fadista, com especial relevo para o Camané, que, estando entre os convidados, se mostrou duma grande simplicidade e simpatia, acedendo a que o fotografasse (e, mais tarde, quando coincidimos no parque de estacionamento, aguardando, pacientemente, que fosse ao carro buscar o seu CD, por estas alturas eleito meu companheiro de viagem, para o autografar).
 
Assim, calhou ir como podia ter calhado não ir. A verdade é que tinha recebido convite, apetecia-me arejar e movia-me alguma curiosidade, se não pelo fado, ao menos pelo ambiente.
 
Acabou por valer a pena, por ambas as coisas.
 
A uma breve actuação do Teatro Severo - confesso, envergonhada, nunca ter ouvido falar - seguiu-se tertúlia fadista, a cargo do anfitrião, Hélder Moutinho, e doutros, como o mano mais novo, Pedro Moutinho - mas, infelizmente, não o mano Camané -, a Kátia Guerreiro, Gizela João e mais alguns, cujos nomes não retive, mas dois dos quais representavam, creio, o mais castiço estilo da Mouraria. Mistura deveras interessante.
 
Todavia, o que mais apreciei foi a heterogeneidade do público, misto de residentes locais, alguns com privilegiado camarote de janela, outros com a chave de casa pendendo da mão, e ocupantes ocasionais (convidados ou não, nacionais ou não).
 
A geografia local também me mereceu particular atenção e curiosidade (para visita futura).  
 
Enfim, um programa diferente que, assim como foi, podia não ter sido. Com a particular vantagem, todavia, do autógrafo do Camané.

 
 




























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