sexta-feira, 25 de outubro de 2013

DICIONÁRIO PARA LORPAS (2)

Há uns posts atrás - passado dia 8 deste mês - iniciei, nesta sede, o Dicionário em título, sem a promessa de lhe dar continuidade, pois isto de prestar serviço cívico à borla é causa a que não estou vinculada e podia não me apetecer retomar o assunto. Todavia, à semelhança doutros factos da vida, há atracções irresistíveis, que, volta e meia, dançam à volta dos meus neurónios, convocando-os a agir. Junto, pois, mais uns vocábulos ou expressões, com o intuito anunciado no precedente post, cuja espécie de introdução aqui dou por reproduzida.
 
Assim, de LORPA para LORPA - leitura desaconselhada a quem não for ou não se sentir lorpa - aqui vai:
 
  • PROCESSO FREEPORT:  EXPOENTE MÁXIMO DA CELERIDADE PROCESSUAL, visto se tratar duma investigação que foi tão rápida, tão rápida, que, apesar de ter estado pendente vários anos (4, 5?), não deu sequer tempo à audição do alegadamente eventual, possível e hipotético suspeito - desculpem a confusão, mas há coisas difíceis de explicar, porque não dão para perceber -, motivo que, também alegadamente, terá determinado o respectivo arquivamento (do processo, entenda-se).
  • PEDIR SACRIFÍCIOS AOS PORTUGUESES (no contexto que, para qualquer LORPA que se preze, dispensa explicações): ESPÉCIE DE PEDITÓRIO COERCIVO - passe a contradição nos termos - A QUE OS LORPAS NÃO TÊM MANEIRA DE SE ESCAPULIR, contrariamente aos NÃO-LORPAS, visto, v.g., não poderem sediar os seus rendimentos em offshores ou, por exemplo, na Holanda. Portanto, nada a ver com outros peditórios, como os da AMI, da Cruz Vermelha ou dos Escoteiros (eu sei, também se pode escrever com u), aos quais sempre é possível responder, sem risco de penhora de bens, qualquer coisa do tipo - agora não pode ser; de momento não tenho dinheiro comigoestou com imensa pressa, etc., sobretudo quando se desconhece onde os donativos vão parar, como é o caso dos inicialmente referidos. 
  •  GORDURAS DO ESTADOESPÉCIE DE GENTINHA QUE NÃO TRABALHA NEM NUNCA TRABALHOU NA VIDA OU, ENTÃO, TRABALHA OU TRABALHOU MAL E PORCAMENTE, ABREVIADAMENTE DESIGNADA POR  FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS E PENSIONISTAS. Diga-se, em abono da verdade, ter havido uns LORPAS que ainda admitiram tratar-se dum eufemismo para gastos supérfluos e abusivos, atribuídos, por exemplo, a vícios da gestão pública e, sobretudo, política, nomeadamente, com o sustento de várias frotas indesejáveis, seja de carros, seja de Boys, seja de etc. e tal. Mas não, essa espécie de celulite ou, mesmo, banha, crónica, não integra o conceito em análise. Definitivamente! Como o demonstra uma análise lúcida da realidade, em geral, e dos sucessivos Orçamentos do Estado, em particular.
  • CORTES PROVISÓRIOS (aplicados aos salários e pensões das categorias de gentinha identificadas no item precedente): REDUÇÕES SISTEMÁTICAS E DEFINITIVAS (dos salários e pensões dos mesmos). Cumulativamente, pode ser entendido como MANEIRA DE DAR MÚSICA AO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL ou, ainda e cumulativamente, MANEIRA DESTE TRIBUNAL DIZER, ENGANEM-ME QUE EU GOSTO.  
  • CORTES DEFINITIVOS: REALIDADE. Também: CUSTE O QUE CUSTAR; AI AGUENTA, AGUENTA; TOMA LÁ QUE JÁ ALMOÇASTE E ESPERA PELO PRÓXIMO OE (em linguagem coloquial, respectivamente, política, banqueira e lorpa).
  • CONDIÇÃO DE RECURSOSFUNDAMENTO  DUMA DAS MAIS RECENTES MODALIDADES DE PEDIDO DE SACRIFÍCIOS AOS PORTUGUESES (v. supra). Tem a particularidade de se destinar a VIÚVAS E VIÚVOS LORPAS, CUJOS FALECIDOS CÔNJUGES DESCONTARAM, EM VÃO, PARA LHES ASSEGURAR UMA SOBREVIVÊNCIA MAIS OU MENOS DIGNA. Sinónimo da expressão, muito menos criativa, DOS MORTOS NÃO REZA A HISTÓRIA E DOS SOBREVIVOS TAMBÉM NÃO
  • CONDIÇÃO SEM RECURSOSCONDIÇÃO DOS LORPAS QUE NÃO HÁ MANEIRA DE ENTENDEREM QUE A RECUPERAÇÃO ECONÓMICA ESTÁ AÍ, EM GRANDE ESTILO.  
  • REFORMA DO ESTADO: O MESMO QUE QUAL OU O QUÊ E QUANDO, SEGUIDO DE TRIPLO PONTO DE INTERROGAÇÃO. Sinónimo de ESTOU A VER QUE JÁ ERA (expressão coloquial lorpa).  
  • PORTUGAL: JÁ FOI; ESTE PAÍS NÃO É PARA VELHOS (NEM PARA NOVOS).  
  • PPP: POUPEM-ME POR PIEDADE!
 
 
 
 
 

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