quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

UI, CHOCOLATE!


Adoro chocolate! Se comesse todo o chocolate reclamado pela minha insana gula não sei o que seria de mim, aliás, sei até muito bem e é justamente por isso que não como. Quer dizer, por vezes como, ultimamente até tenho abusado um bocado, coisa que deverá acabar rapidamente.
Isto do chocolate é como muitas outras coisas boas da vida, oferecem-se-nos com todos os brilhos da ousadia e da provocação, mas, vindas como vêm, carregadas de efeitos colaterais, nem sempre se podem acolher nos braços do desejo. Assim recomenda a razão, essa tirana, responsável por surdos  gritos de vontades açaimadas e pela proeminência de frustrações acumuladas. (Ora, se fosse só o chocolate!...)
De há uns anos para cá, tenho reparado que o chocolate vem sendo utilizado para fins diversos do supracitado (dar de comer à gula) e até antes pelo contrário, ou seja, para efeitos supostamente maravilhosos ao serviço da cosmética e terapias conexas. Até já houve uma cabeleireira que me propôs a aplicação dum champô e dum creme amaciador à base de chocolate, proposta que declinei, de imediato, não fosse o cabelo expandir-se, não aprecio cabelos volumosos.
Mas, por vezes, isto da insistência publicitária acaba por produzir os seus efeitos, tipo, água mole em pedra dura... Quer dizer, lá me rendi, comprei um gel dito de chocolaterapia! Bem vistas as coisas, nem foi bem pela magia da publicidade, não por ser pouca, os efeitos anunciados vão do aumento da firmeza de certas zonas estratégicas do corpo à redução da massa gorda doutras, passando pelo milagre anticelulítico e do fortalecimento da musculatura, tudo coisas que qualquer mulher razoavelmente vaidosa (e, ao que consta, cada vez mais homens) não pode dar-se ao luxo de desprezar. Não estou a inventar, todos esses efeitos são convictamente prometidos na embalagem, aliás, para minha grande estranheza, pois não consigo entender como uma coisa que, levada para dentro do corpo, produz celulite, perda de firmeza e, acima de tudo, aumento da massa gorda, pode, uma vez aplicada exteriormente, produzir os efeitos exactamente inversos!  
Perseguida como sou pela maldição do pensamento lógico, não me rendi, pois, aos encantos publicitados. Todavia, dei comigo a acreditar num hipotético efeito semelhante ao induzido pelo fenómeno homeopático, em suma, algo do tipo, aplicação do gel de chocolate gerará a cura da dependência por chocolate, com as adjacentes consequências anticelulíticas, refirmantes e redutoras da massa gorda.
Já comecei a usar, mas ainda não consegui obter a confirmação desta hipótese redentora, apenas posso anunciar que: 1º- o gel deixa um delicado cheiro a chocolate, que, ao menos na 1ª aplicação, me fez recear dar uma dentada num braço; 2º- deixei de usar perfume, por detestar sobreposição de cheiros; 3º- até ver, continuo a reincidir no consumo de chocolates (talvez porque não cheguei a dar a dentada no braço). Se as coisas mudarem (para melhor), não deixarei de partilhar, em benefício de terceiros. Entretanto, não sei que fazer à última caixa de chocolates entrada em casa. Mas não estou a ver como possa ser desprezada.  
 
 
 
 
 
 
 

Sem comentários:

Enviar um comentário