sábado, 8 de fevereiro de 2014

OS ÓSCARES DA NAÇÃO

 
QUER DIZER, OS TOTÓS!
 
Então é assim, estava  eu (aliás, ainda estou) com uma inesperada gripe, com este tempo, não dá para acreditar, desatei a desatinar coisas estrambólicas, susceptíveis de me desviarem dos pensamentos enviesados que costumam acometer-me sempre que sou obrigada a fazer ou não fazer qualquer coisa contra vontade, no caso, ficar presa em casa a beber muitos líquidos, engolir antibióticos e xaropes e, sobretudo, estupidificar, por inacção imposta, inacção não é mau, mas só quando desejada ou depois de morta, aí convém.
Cinéfila como sou, dei comigo a pensar na proximidade dos ÓSCARES DA ACADEMIA, em como gostava de, uma vez na vida, assistir à cerimónia, devidamente escoltada, por exemplo, pelo Colin Firth, pelo Ryan Gosling ou pelo Jack Nicholson, quando, impactada pelo irrealismo da divagação (a bem dizer, é mais invenção, estou a inventar um prelúdio, para criar clima ao que segue, nada que não possa subsumir-se ao conceito de escrita criativa, acho).
Desci, então, à realidade e, perante a inexistência duma verdadeira indústria cinematográfica nacional, imaginei que, ainda assim, poderia organizar-se, com as devidas adaptações, uma atribuição de ÓSCARES DA ACADEMIA aos nossos amados políticos, mas com um nome diferente, a saber, TOTÓS DA NAÇÃO. Uma espécie de bem merecido reconhecimento pelos maravilhosos filmes que eles fazem o favor de produzir, realizar e protagonizar. Eles e outros, entenda-se.
Apesar de ter pensado muito, ainda não encontrei o Billy Crystal nacional, talvez o Júlio Isidro sirva, também não é bonito, mas tem muita prática de apresentações, consta (ainda será vivo?); quanto aos filmes, a dificuldade situou-se, apenas, ao nível da escolha, tantas foram as nomeações.
Então, está na hora, de anunciar,
OS TOTÓS DA NAÇÃO VÃO PARA
TCHARAM... 

  • Melhor filme mudo e sem acção: NÃO COMENTO, NÃO ACTUO, LOGO NÃO EXISTO, produção, realização e interpretação de Aníbal Cavaco Silva, também conhecido por holograma do PR;
  • Melhor thriller movie: ESTE PAÍS NÃO É PARA VELHOS, NEM PARA NOVOS, NEM PARA PORTUGUESES, produção, Luso-Germano-UE-FMI, realização, TROIKA, assistente de realização, Pedro Passos Coelho;
  • Melhor filme dramático e de acção: O TALENTOSO MISTER PORTAS, produção, realização e interpretação de Paulo Portas; Alto patrocínio dos Mercados. Assistente de iluminação, Pedro Passos Coelho;
  • Melhor comédia romântica: APANHEI-TE, IRREVOGAVELMENTE, PEDRO! (sequela do anterior, mesmos créditos);
  • Melhor filme de zombies: O MORTO-VIVO FINOU-SE, produção, bases do PS, realização, ninguém, interpretação, António José Seguro, aplausos, António Costa,  risos, Pedro Passos Coelho e expectativas, Paulo Portas;
  • Melhor filme desengonçado: A HIDRA - SÓ COM DUAS CABEÇAS NÃO VAMOS LÁ, produção e realização, BE, interpretação, João Semedo e Catarina Martins.
  • Melhor filme musical: AS GALERIAS SÃO NOSSAS, produção, PCP-CGTP e outros, realização, Arménio Carlos, interpretação, um grupo de cidadãos, banda sonora, Grândola, Vila Morena;
  • Melhor  filme 3ª idade: MANIFESTEM-SE: É AGORA OU NUNCA MAIS!, produção, realização e diálogos, Arménio Carlos; interpretação, reformados e pensionistas; banda sonora, O Povo Unido Jamais Será vencido
  • Melhor filme de agro-pecuária: CRISTAS DE GALO NÃO FAZEM MILAGRES, produção e realização, Governo, sob o alto patrocínio de Paulo Portas, interpretação de Assunção Cristas;
  • Melhor filme psicológico: A MULHER QUE SE CHAMAVA GASPAR, produção e realização do Governo, interpretação, Maria Luís Albuquerque, visualização à distância, Gasparzinho
  • Melhor filme estrangeiro: A BACIA JÁ SELOU, À VOSSA PERNA AQUI ESTOU!, produção, realização e interpretação, Angela Merkel, 1º assistente de realização, Pedro Passos Coelho
  • Melhor documentário sobre arte (categoria especial): MIREI E JÁ NÃO ESTAVAM LÁ, produção, realização e interpretação, Governo, sob o alto patrocínio do Gang do BPN, actriz secundária, Christie,s, actor  mais que secundário, Joan Miró.
Se não tiveram o privilégio de ver estes magníficos filmes (duvido!), não desesperem, outros se lhes seguirão, de idêntica ou superior craveira, para não falar na realidade que, essa, supera em muito a ficção!
Por falar nisso, vou ali ver se os medicamentos têm efeitos secundários... 
 
 
 
 

2 comentários:

  1. Está maravilhoso, dei umas boas gargalhadas, pena é que seja uma imagem da triste realidade em que nos encontramos e da qual não temos esperança de sair.

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  2. Obrigada, Ana. É bom saber. Mais um comentário como o teu e vou tentar carreira como comediante...ou assim qualquer coisa :).

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