quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

ONDE O SOL NASCE (V)

(continuação)

A visita ao Palácio Imperial encontra-se vedada, salvo autorização especial, o que não era o caso. Ficámo-nos pela respectiva Praça (exterior), um espaço amplo, relvado, com árvores dispersas, aqui e ali, e uma estátua equestre, a do Samurai Kusunoki Masashige. O aspecto é clean and cool, como o do skyline, do lado oposto ao do palácio, à distância, desenhado por uma linha de prédios de alturas variáveis. 

















Num dos extremos, a praça confina com o largo fosso - repleto de água - que delimita o recinto palaciano. Dele ergue-se uma colina suave, coberta de frondosa e bem cuidada vegetação, que, qual manto de mistério, oculta o Palácio propriamente dito, não permitindo dele nem um vislumbre. Apenas se avistavam as guaritas e seus ocupantes e, ao longe, uma ponte (por onde passava um grupo de visitantes, certamente munidos da devida autorização).

Perguntei-me como será a vida da família imperial, protegida (reclusa?) por aquela moldura, certamente sem tocar no palco exterior, excepto em contadas e oficiais ocasiões. E fiquei-me com a interrogação e pertinentes conjecturas (pensei, por exemplo, na imperatriz de porcelana, Michiko, e na publicitada depressão da princesa Masako, mulher do príncipe herdeiro e mãe da princesa Aiko, que se vê substituída pelo primo, Hiasito, na linha de sucessão, visto no Japão, ao menos neste aspecto, a igualdade de género ainda estar longe de ser reconhecida).

Os príncipes, o herdeiro (Naruhito) e seu irmão (Akishino), habitam um outro palácio, igualmente isolado por colinas verdejantes, por onde passámos a caminho do Palácio Imperial. Nessas colinas avistei um ou outro jardineiro, dobrado sobre o solo, ocorrendo-me outras divagações àcerca do modo de vida destes seres e da incalculável distância que, seguramente, os separa da família imperial...
























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