O caso BPN e a antevisão do que poderão vir a ser as privatizações que se seguem, a mando da troika e do sr. Passos Coelho e seu comparsa, sr. Portas, com a benção do sr. Cavaco, a herança de responsabilidade do PS e a incapacidade de reacção adequada e eficaz, por parte dos partidos ditos de esquerda, colocam-me, a mim, cidadã espoliada desta espécie de País ou Estado ou seja lá o que for, num estado de indignação tal, que não me permite ficar calada. 
Então, faço aquilo que posso, que é pouco e não servirá para grande coisa, a não ser para desabafar: MANIFESTO-ME, NO EXERCÍCIO DO MEU DEVER DE INDIGNAÇÃO. 
Assim, acabo de deixar, na minha página de FB, as palavras que passo a reproduzir:
"Alguém pode fazer o favor de me explicar?
 
Então o BPN foi dado, perdão, vendido aos angolanos ou ao sr. Mira Amaral  (será, porventura, aquele que já vem do cavaquismo, fase I?) ou seja lá a quem  for, por 40 milhões de euros, mas o Estado - para além daquilo que já lá  meteu, à nossa custa, mas sem nos ter ouvido ou achado - ainda vai lá  meter mais 500 mil milhões (ou 500 milhões?) de euros, bem como arcar com os  custos das indemnizações dos trabalhadores a despedir e ficar com os activos  tóxicos, quer dizer, com outro buraco sem fundo à vista? 
 
Será assim? Ouvi bem?
 
A matemática ainda é o que era? É que, apesar de, nos meus tempos de  Liceu, até ter boas notas nesta disciplina, NÃO CONSIGO COMPREENDER  A MATEMÁTICA DESTE NEGÓCIO, ao menos enquanto 2 mais 2 for igual a 4.
 
E a DEMOCRACIA, quando passa a ser o que devia? É que, SE O FOSSE,  IMPUNHA-SE:
 
- Por parte dos decisores políticos, ao abrigo do mais elementar DEVER DE  PRESTAÇÃO DE CONTAS, uma CLARÍSSIMA EXPLICAÇÃO dos termos desta equação, com  desenho, se necessário, para que os cidadãos - logo, contribuintes, logo,  pagantes - ficassem completamente esclarecidos acerca dos RESPECTIVOS  FUNDAMENTOS E BONDADE e, assim, pudessem reagir, nos termos que entendessem mais  adequados;
 
- Por parte das entidades públicas/políticas competentes, um RIGOROSO  APURAMENTO  dos factos (acções ou omissões) que conduziram à situação que o BPN  atingiu, sem que, aparentemente, as entidades de supervisão se tivessem dado  conta, tendo em vista o APURAMENTO E EFECTIVAÇÃO DE RESPONSABILIDADES DOS  CAUSADORES (por acção ou omissão, ainda que de vigilância/supervisão), aos vários  níveis e títulos;
 
E, merecendo especial destaque (embora sendo um dos pilares da  Democracia), quando passa a JUSTIÇA a ser o que devia, ou seja, quando encerra o  processo alusivo ao caso, não de qualquer maneira - v.g., invocando falta de  tempo para realizar diligências obviamente essenciais -, mas da maneira que se  impõe? E esta maneira só pode ser uma: não se ficar, apenas, pela (mínima) face  visível mas IR ATÉ ÀS ÚLTIMAS CONSEQUÊNCIAS, AOS ÚLTIMOS CULPADOS, SEJAM ELES  QUEM FOREM E QUE CONEXÕES TIVEREM, e APREENDER AS RESPECTIVAS FORTUNAS, por  forma a minimizar, de alguma maneira, os sacrifícios que são diariamente  exigidos aos cidadãos, com particular impacto, como é sabido, nas classes mais  desfavorecidas, incluída a classe média-aliás-em-vias-de-extinção. E isso tem que  acontecer RAPIDAMENTE. E, dadas as características do caso, NEM PARECE QUE,  TECNICAMENTE,  SEJA TAREFA MUITO ÁRDUA. Basta pensar que não se tratava de  nenhum organismo fantasma, antes de um banco estabelecido no País, com órgãos  sociais e respectivos titulares perfeitamente identificados. E não era só um,  como é do conhecimento público.
 
E, já agora, quando é que NÓS, POVO, passamos a ser o que devíamos, ou seja, a EXERCER O NOSSO DEVER DE INDIGNAÇÃO E DE MANIFESTAÇÃO CONTRA ESTE ESTADO DE  COISAS, COMEÇANDO POR EXIGIR A PRESTAÇÃO DE CONTAS QUE NOS É DEVIDA?"