- O coelhinho foi com o palhaço e o Pai Natal no comboio ao circo, mais ou menos assim rezava, cheio de bonomia e ternura, o anúncio a uns chocolates de Natal, nos idos de 80 (?) do século passado.
Agora, que a inocência dessa aliciante promessa infantil parece ter sido erradicada do mapa das nossas vidas, a lengalenga altera-se radicalmente, passando a obedecer à nova ordem, para soar assim:
- O coelhão foi com o subsídio de férias e o subsídio de Natal no avião aos mercados.
A história também tem uma continuação diferente, pois, em vez de os pequeninos e os maiores se deliciarem com as fantasiosas miniaturas de chocolate, os mercados aguçam a dentuça e esfregam as mãos de contentes, enquanto o coelhão, arfante, língua de fora, aguarda a recompensa, com a consciência do dever cumprido (o dever de proteger, condignamente, os interesses dos mercados, entenda-se).
As criancinhas, os avozinhos e os que ficam pelo meio que se lixem, são apenas pessoas e o que valem simples pessoas comparadas com suas excelências os mercados?
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