Hoje, mal abri o FB, vi-me
confrontada com uma inusitada quantidade de alusões a um tal Martim e a uma tal
Professora Doutora, cujo nome não retive, aquele e esta, perfeitamente
desconhecidos para mim e para o meu reduzido universo, onde o Prós e Contras, palco da cena, não
entra. Acabei, assim, por ir parar a um vídeo ilustrativo do acontecimento, que me dispenso de
resumir, pois, pelos vistos, qual última a saber, só eu o desconhecia.
Registei, a propósito, uma
empolgada unanimidade de posts, likes e comentários, convergindo no, por
assim dizer, endeusamento do Martim,
e na, por assim dizer, demonização da
Prof.ª Dr.ª.
É óbvio e inegável que o Martim revela
um conjunto de qualidades que o tornam digno de justa admiração, com destaque para o espírito de iniciativa, o sentido da criação e aproveitamento da
oportunidade, a visão de negócio e tudo o que isso envolve e se deu em denominar
empreendedorismo. Ao que acresce – e não menos relevante - uma postura e desenvoltura
perante as câmaras que também não são
nada de desdenhar. Tudo isto, nos seus tenros
15 ou 16 anos e – importante – sem descurar os estudos.
Já não me parece tão óbvio e
inegável que a intervenção da Prof.ª mereça as fustigadelas que a comunidade
bem pensante se apressou, em uníssono, a aplicar-lhe, certamente num afã de
defesa do politicamente correcto e/ou de determinada ideologia que vê com bons
olhos o empreendedorismo, mas com
maus olhos a justa retribuição da força de trabalho sem a qual o empreendedorismo não
poderia vingar.
Na verdade e tanto quanto me foi
dado ver e ouvir (no curto espaço do referido vídeo), o que a Prof.ª fez foi questionar o Martim sobre a sua
consciência social, ou seja, sobre um VALOR que, pelo facto de, por regra, andar demasiado
afastado dos empreendedores e do
empreendedorismo, não significa que não exista ou que não deva existir.
Poderia não o ter feito, para não
estragar a festa; poderia tê-lo feito dum modo mais diplomático.
Mas fê-lo. E acho que fez muito
bem!
Haja quem tenha a coragem de
chamar a atenção para Valores fundamentais à DIGNIDADE HUMANA, ainda que para
isso – mau sinal dos tempos – se sujeite à ira dos politicamente correctos (mais ou menos disfarçados).
Estou, pois, com o jovem Martim e,
ao mesmo tempo, com a Prof.ª cujo nome não fixei. Até porque entendo que o
empreendedorismo não tem de ser incompatível com a Dignidade Humana.
Também politicamente incorrecta,
eu.
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