sexta-feira, 29 de novembro de 2013
IMAGINAÇÃO
Falta de imaginação é mente sem propósito
Destituída de finalidade
Podia acordar, mas não acorda
Podia soltar-se, mas não se solta
Podia voar e transgredir-se, mas não se transgride nem voa
Sobretudo isto
Poderia voar para onde e transgredir o quê, uma mente sem imaginação?
Nada e para distância nenhuma
Se pudesse
Se pudesse já seria uma mente com imaginação
Desnecessário falar dela
Até porque
A imaginação não cabe numa só mente nem, porventura, em mente nenhuma
Nem actua sequer pelos caminhos duma simples mente
Real infinito de possibilidades
Itinerância de desconhecidos vários
A possibilidade mesma, feita ser, objecto, ideia, divagação, trânsito, distância
Tudo o mais
A imaginação está muito para além de qualquer instrumento de acção
É puro movimento imaterial
Apenas o visível que a invisibilidade permite revelar
E é muito, podendo ser tudo
Mistério oferecido sem sombra de ritual
Sem explicação, sem origem, sem destino, sem território definido, sem país ou pátria ou justificação
Sem qualquer limite ou coisa afim
Por isso se chama imaginação
Mas pode chamar-se o que se quiser
Desde que não seja: não
A imaginação é o contrário de não
Infinito de possibilidades, promessas e outras coisas mais
Todas as categorias do possível contidas no impossível
Ainda assim, fora dos limites da categorização
Então vamos imaginar como será nem sequer imaginar
Mas não, porque a única proibição da imaginação é: não.
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