minha alma é cinzenta
cor de fumo denso
peso de fumo breve
faz-lhe falta outono
cheiro de chuva em terra
murmúrio de vento
ondas de mar serenas
flores pálidas
ramagens em movimento
folhas secas, em queda
tapetes frágeis
amarelo-vermelho-cobre-dourado
nuvens baixas, redondas
prontas a abrir portas
crepúsculos circulares
descidos ao de leve sobre as copas das árvores
carícia de ramos despidos
oh! como tudo é cinzento!
e eu que nem gosto de cinzento-cor
amo o cinzento-alma, outono
(que a minha alma não se dá com sol vibrante)
que seria de mim sem o cinzento?!
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