terça-feira, 14 de julho de 2020

JÁ NEM SEI QUE DIA DAQUILO: DESPEDIDA!


Já nem sei em que dia (daquilo) vamos, mas, como dizia o outro, é só fazer as contas.

No princípio (Dezembro de 2019) era longe (Wuhan, China), tão longe que nem chegaria cá – vaticinou a autoridade.

Depois, começou a aproximar-se (Itália, Espanha...).

Impôs-se entre nós no início de Março, com o primeiro infectado, os que se lhe seguiram e o alvoroço associado.

Entretanto, espalhou-se pelo mundo, ao ponto de merecer honras de pandemia.

Que me lembre, foi a primeira pandemia da minha vida, quero dizer, assim tão perto, pronta a morder-me a pele. Agravada pela novidade do vírus causador – Covid-19 –, sobre o qual, num mundo em que, não raro é elevada à categoria de deusa, a Ciência pouco sabia, como, de resto, pouco continua a saber.

Desencadearam-se teorias da conspiração, generalizou-se a ideia de impotência, com o espanto e medo associados, reflectiu-se sobre a globalização e outros chavões, constatou-se que a natureza estava a melhorar – esquecendo que o vírus é parte dela! – e houve, até, quem acreditasse que a humanidade sairia renovada da experiência.

Cantaram-se loas aos profissionais de saúde, desancaram-se os políticos quando hesitaram e louvaram-se quando decidiram e calhou os resultados serem bons, mudaram-se as vidas, à sombra do confinamento e, sobretudo, do medo (e este foi tanto que os stocks de papel higiénico se esgotaram!).

Falou-se até à exaustão em curvas, picos e planaltos, idosos e lares de terceira idade, ventiladores e cuidados intensivos, etiqueta respiratória, distanciamento social e (após negação inicial) máscaras, testar, testar, testar e, finalmente, milagre.

Entretanto, caiu-se na (outra) real e desatou a falar-se em condições sociais, emprego, exportações, turismo, em suma, economia, e atalhou-se com o célebre lay-off e outros remendos possíveis. 

Pelo caminho, montou-se um circo de variedades, com pontos altos no anúncio da recandidatura do Presidente da República e na atribuição do prémio UEFA aos profissionais de saúde.

Constatado o milagre, as pessoas foram autorizadas a sair, embora com razoáveis cautelas e pertinentes advertências. 

Estava aberto o caminho para o novo normal!

Para mim, o novo normal significou desconfinar com as necessárias cautelas. 

Em geral, fui levada a constatar que para a maioria das pessoas (independentemente das razões e das condições sócio-económicas), o novo normal é o velho normal. Poderia dar exemplos, mas tornava-se exaustivo, para além de desnecessário (cada qual terá a sua própria experiência).

Entretanto, a situação  – número de infectados e de mortos, estado da economia e finanças, etc. – é a que se sabe. O milagre reverteu!

E eu cansei! Não de adoptar as medidas de cautela recomendadas – ou por outra, cansei, mas persevero, segundo o princípio de que o que tem de ser tem muita força –, mas cansei de dar para este peditório (do Covid-19). Falha-me a paciência e o interesse, já basta o que basta!

Limito-me a acrescentar que extraí, aliás, reiterei três conclusões:

) Não há milagres grátis;

) O Covid-19 é como a dívida pública: não se abate, gere-se;

) O que é preciso é calma.

Assim sendo – e a menos que, num ataque de volubilidade, decida em contrário – aqui encerro esta minha espécie-de-diário.

Daí o título deste post.

P.S.: Reparei, com muito agrado, que o número de seguidores aumentou para 28! Muito obrigada!







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