quarta-feira, 13 de maio de 2020

73º DIA DAQUILO: "O FUMO"


Hoje, pela primeira vez e a título excepcional, publico aqui um texto cuja autoria não me pertence. 

Trata-se de um sentido poema, de profundo(s) significado(s) e oportunidade (nesta época de pandemia e reclusão forçada), intitulado "O Fumo", de que é autor o João, de 13 anos, rapazinho que muito amo e que congrega diversas qualidades e talentos – dos quais este, da escrita, ainda me era desconhecido, embora não insuspeitado, não revelasse ele verdadeira alma de artista.

Segundo me disse, o poema surgiu-lhe, quando, através da janela,  divisou fumo a evolar-se da chaminé dum lar de idosos, de onde saíra uma ambulância, transportando um corpo (sendo que se registam ali casos de Covid-19).

 O Fumo

 Ó Fumo tão belo
 que vais ao sabor do vento
 vem aqui e leva-me a
 ver outro horizonte

 Ó Fumo tão belo
 que não segues regras
 vem aqui e leva-me até
 Bruxelas

 Ó Fumo tão belo
 que vens de tão nobre
 pai, o fogo que te cria
 que para mim é uma
 alegria

 Ó Fumo tão belo que paraste
 de viajar, alguém apagou tua
 chama e ficaste sozinho 
 a chorar







2 comentários:

  1. O Joãozinho revela sensibilidade e queda para a escrita. Sairá à tia? Parabéns

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  2. Muito obrigada pelo comentário!

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