Palavras à toa
É o que inventas
O que sabes inventar
Significados imaginários
Duplos de caminhos misteriosos
Porém, nem um Profeta conseguiria adivinhar
Palavras laterais
Saídas da mente secreta, que é a tua
Tão resguardada!
Por que grades? - pergunto-me.
Ainda me pergunto
Já não inventas palavras
Que a invenção implica acreditar
Óbvios são os gestos
E as palavras que já não inventas
Tornas-te credível, finalmente!
Apagam-se as últimas sílabas
Não vou deter-me
Não ficarei para as segurar
Vou-me embora
A chegada fez-se tarde, fez-se nada
Porque nada eram as palavras inventadas
Parto
Já parto tarde
Porque antes de chegar
Levo-me debaixo do braço
Amparo-me cuidadosamente
Sem, sequer, um último olhar
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