quinta-feira, 20 de março de 2014

HARLEY DAVIDSON


"O rápido afastamento de Rita - que, em segundos, se perdera na linha do horizonte, reduzida ao tamanho dum lápis - deveu-se à urgência em encontrar os outros desertores, visto se aproximar a hora da partida.
Todos eles tinham ouvido falar dum país de misteriosos contornos e, embora ignorassem exactamente quais ou, talvez, por isso, ansiavam conhecê-lo.
A chegada de Rita ditou a antecipação da viagem.
As mochilas, reduzidas à mínima expressão do essencial, não atrapalharam a subida para as Harley Davidson e as posteriores acelerações, que, passado o impulso inicial, se revelaram desnecessárias, porquanto uma inusitada e poderosa força os sugou para o local de destino, privando-os da deliciosa sensação de velocidade em crescimento.
Tudo sucedera como se um ténue véu se tivesse rasgado para os deixar passar, ou melhor, para os reclamar à presença dum qualquer interior desconhecido.
Perplexos, mas excitados pela curiosidade, estacionaram as motos, dispostos a iniciar o percurso da descoberta."
Isto é um extracto do Moleskine de Janete (II), aqui publicado em 10 de Julho de 2013. A novidade, agora, é que encontrei a maravilhosa Harley Davidson em que pensei, quando o escrevi (ao menos, no reino do faz-de-conta; talvez um dia destes também encontre a Rita, o Miguel, a Janete, o Francisco e os outros...).   
 
Aí vai, em vários ângulos, qual sofisticado modelo:



 

 

  

 
 




 

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