sexta-feira, 13 de junho de 2014

TANTO FAZ


se esse peito se abrisse, de repente
rasgo de lâmina acesa
 
nem me atrevo a imaginar!
 
soltavam-se flores selvagens
gritos desnorteados
um coração queimado?

cânticos de mel
pássaro esguio
joaninha levando cartas?
 
asas, é isso
 
soltavam-se asas de voar
transparências de vento
murmúrios de prata cintilante
 
deixavas-te para trás
subias, subias, subias
esgotavas a altura mais alta
rasgavas o risco da altura mais alta
corte da lâmina acesa
 
depois, fechava-se
esse peito fechava-se
oculto o vazio da desnecessidade
 
e era tudo... ou nada
tanto faz
 


 
  
 
 
 

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